sexta-feira, 1 de agosto de 2025

Um caldeiro de blogs!

    Há alguns meses atrás eu decidi que poderia investir alguns esforços na promoção de meu trabalho como professor particular de gramática, redação e língua inglesa e em virtude disso pensei ser melhor deixar meus blogs pessoais de lado para focar apenas nas postagens profissionais. Confesso que isso em, parte se deu pela falta de perspectiva de leitores, porque ainda julgava que no fim do dia ninguém escreve para não ser lido. Acontece que não há como desvencilhar-me de algo que gosto tanto (e sagrado seja o coração de Nosso Senhor, quantas vezes eu disse isso aqui e a mim mesmo, secretamente!), portanto sempre estarei escrevendo mesmo que não haja pessoas para ler.
    Além disso tenho me convencido cada vez mais do que venho tentando ensinar meus alunos: escrever é uma forma de pensar. Quanto melhor pensarmos melhor escreveremos e vice-versa, portanto, mesmo que não haja público há sim razão o suficiente para se escrever.

    Se é uma atividade solitária então porque não manter tudo em arquivos privados no computador em vez de publicá-los em um blog? Muito bem, pergunta retórica, pode ter certeza que há muitos escritos na memória do computador e em cadernos ocultos pela casa, mas ainda que não se escreva para alguém em específico ainda há uma esperança de que alguém leia. Uso a palavra esperança aqui simplesmente como um termo para alguém que espera pacientemente pois é assim que farei daqui em diante: enquanto desfruto do processo criativo da minha escrita aguardo pacientemente por visitantes. 

    Portanto a ideia é seguir escrevendo aqui e nos meus outros blogs, dos quais falarei em seguida, assim como meu canal de You Tube que decidi criar no mês passado.

Sobre meus blogs

    Além deste blog, que se trata de um blog pessoal, onde dou vazão há algumas ideias e sentimentos, também acabei criando outros três,  um com finalidades profissionais e os outros dois para falar de minhas paixões: literatura fantástica, RPG e música (principalmente Dungeon Synth e Heavy Metal). 


Escrivaninha

    Este é meu blog profissional. Além de ser professor pelo Estado do Rio Grande do Sul também dou aulas particulares de língua inglesa, gramática e redação da língua portuguesa. Trata-se de um blog que decidi manter pelo Notion, já que pago pelo aplicativo e queria aproveitá-lo ao máximo. Há apenas uma postagem nele ainda, mas a ideia é escrever ensaios e orientações sobre literatura, gramática e educação. 



The Lone Pilgrim/O Peregrino Solitário

    Este é meu mais recente blog, o meu queridinho do momento. Trata-se de um blog voltado para literatura fantástica e RPG, principalmente em sua modalidade Solo que é a que mais jogo. Neste blog farei resenhas sobre sistemas e aventuras de RPG, materiais para inspirar a prática do hobby e claro, resenhas e comentários sobre literatura fantásticas e especulativa no geral. 
    Hoje mesmo pretendo postar algo sobre o Apêndice N de Gary Gygax, um dos criadores de Dungeons & Dragons, dando início a uma longa jornada de leitura. Também pretendo em breve falar de um novo jogo solo que descobri esta semana e que pode render um sistema de journaling muito interessante. Minha ideia é traduzi-lo e disponibilizá-lo junto com este sistema de jogo que estou pensando. 
    

A Tome of Echoes

    Blog exclusivamente em inglês porque é onde pretendo depositar as resenhas de discos de heavy metal que costumava postar no Encyclopaedia Metallum. Como faz muito tempo que não faço isso me deu saudades. O blog ainda não postagens (neste momento) mas se você vem do futuro talvez já possa ler alguma coisa. 


terça-feira, 4 de março de 2025

Carnaval da sétima arte

 Olá querido blog! Saudades? Espero que sim, pois eu estava com muita saudade.  Saudações também aos possíveis leitores desta insistente ilha perdida no turbulento oceano da internet. Não passo por aqui desde o Halloween passado.

É quase fim de carnaval. Tecnicamente já estou escrevendo isso da quarta-feira de cinzas, quase derretendo no escritório. Ainda assim foi um bom carnaval para mim, mesmo que não tenha pulado e cantado marchinhas, porque foi um carnaval de descanso, mas também  de redescoberta: redescoberta de música brasileira e de cinema. 

Na semana passada descobrimos que Ainda Estou Aqui, estava passando no cinema de Passo Fundo (ainda!). Eu e Thais não pensamos duas vezes e fomos assistir, mesmo sendo domingo, mesmo sabendo que estaríamos cansados na segunda de manhã porque imaginávamos que valeria muito a pena. De fato valeu.

Para quem já assistiu o filme creio que vai bastar dizer que foi um dos filmes mais tocantes que já vi, de um requinte raro.  Esse filme fala de um episódio tão absurdo da história com uma doçura impecável. Mostra o terror da ditadura sem apontar diretamente para ela, mas para o seu alvo: a vida de pessoas inocentes e livres, que cultuam o amor, a arte, a vida boa, e honram o direito que todos tem de vivê-la. Saí daquele cinema com uma certa tristeza em ver que certas coisas continuam acontecendo. Ao mesmo tempo essa história plantou uma coisa boa em meu peito, uma vontade de sorrir, apesar de tudo - Nós vamos sorrir, sim!

 Desde aquele dia tenho escutado muito mais música brasileira. Por boa parte da minha juventude nunca fui muito ligado na musica de nosso país. Só fui voltar a dar uma chance à música brasileira mais tarde e aos poucos fui desenvolvendo um gosto maior por ela. Hoje sinto que há muita coisa pra ser descoberta e que a música brasileira fala comigo de um jeito único, justamente por ser brasileira.

 Também saí de lá com a mesma fome por cinema que cultivava quando estava na faculdade: conhecer como o cinema funcionava, como roteiros eram escritos e filmagens eram feitas, despertou um desejo por filmes semelhante ao desejo que tenho por livros- se eu pudesse, teria uma biblioteca de Babel só para mim e nela constariam rolos de filmes também. Uma vontade de assistir filmes surgiu de novo, não como quem assiste porque precisa ser entretido antes que a semana comece de novo, mas sim como alguém que quer descobrir algo novo. Também quero falar sobre estes filmes, escrever sobre eles, sonhar com eles e quero que venham vários: clássicos e novos, cults e pipocas, brasileiros e estrangeiros, filmes bons e também ruins. Quero todos eles. 

 Por isso também quero fazer deste blog um lugar pra depositar minhas ideias sobre descobertas cinematográficas e  musicais, assim como já fiz com alguns livros. Que isso aconteça com mais frequência, afinal, a vida é curta e escrever é uma das coisas mais belas que se faz dela. 

 Em breve vou estar escrevendo sobre os filmes que assisti nas últimas semanas.


domingo, 22 de setembro de 2024

O Dia dos Mortos se aproxima...

Saudações amado blog e eventuais leitores.

Já tem um bom tempo que não escrevo. Não só por aqui mas também não adentrei mais a minha Torre Oculta, seguramente abrigada pela floresta da imaginação e margeada pelo mar do inconsciente, de onde posso ver com amplitude o movimento de muitas histórias que anseiam nascer, imagens e memórias que nunca me ocorreram mas que sempre existiram, em formas que são hora etéreas, sombrias e constantes, outras são breves, vívidas e explosivas. Lá, no alto da Torre, aguarda-me uma cadeira, uma simples escrivaninha e uma máquina de escrever. A minha companhia é uma janela para um mundo que desconheço...e um ser terrível, cuja presença se faz sentir mas cuja a face não posso vislumbrar...

Acho que isto deixa claro que faz um certo tempo que não escrevo minhas ficções, mas isto está bem; e penso sinceramente que admitir que isto está bem é um grande conquista para mim. Já disse por aqui que escrever é uma grande paixão mas também um grande trauma, uma atividade que vem acorrentada a muita culpa, dor, vergonha e uma porção de outros demônios que prefiro evocar através de meios fictícios mesmo (ou sob o testemunho sigiloso de minha terapeuta). Então há algum tempo atrás se eu parasse de escrever algo com que estava compenetrado por semanas à fio eu provavelmente entraria em um túnel de miséria e autodepreciação intenso, mas agora posso olhar para um período de inatividade com tranquilidade e ver o que ele realmente é e o que significa e, melhor do que isso tudo, ainda manter a paixão e o encanto pela arte, o que é algo realmente satisfatório pra mim. 

Entre agosto e setembro muitas coisas divertidas aconteceram e algumas questões pessoais brotaram e tudo isso exigiu muita atenção e energia de mim então posso entender como compreensível que tenha parado de escrever por um tempo. Não quero entrar em detalhes aqui mas nesse meio tempo fiz muitas coisas divertidíssimas e que fizeram muito bem para mim: viajei de avião pela primeira vez e pude ver o mundo há 10 mil pés, visitei meu velho amigo e conheci a cidade de Manaus, mergulhei no Rio Negro, fui a um show do Ratos de Porão, moshei... 

Foram dias de diversão e redescoberta, dias que serviram para reorganizar algumas ideias e colocar algumas forças em movimento mais uma vez e estou muito bem com isso. 

Agora vamos aos mortos.

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Há quem diga que é uma festa gringa, que pertence aos norte-americanos, que é tão comercial como todas as outras festividades do ano e que só serve para vender doces para crianças, mas para mim o Halloween, ou o Dia dos Mortos, é muito mais que isso: para mim se trata de uma data que possibilita observar a morte de uma maneira saudável e até mesmo celebrá-la, um momento de fazer as pazes com ela e entender que ela é parte fundamental de nossa vida e, aliás, uma grande amiga que nos lembra o quanto a vida é algo precioso. Também acho que é um momento especial para olharmos para os nossos monstros e demônios interiores, compreendê-los e lhes darmos um bom abraço para ensiná-los que eles não são tão malvados assim como eles pensam, apenas mal compreendidos.

Mas se você quiser ver o Halloween (ou Dia dos Mortos, ou Dia das Bruxas ou seja lá como você chama) apenas como uma data para maratonar filmes de terror, se vestir de drácula e fazer farra com os amigos eu também acho muito válido e vou ficar feliz se me convidar pra algo. É uma data festiva e tão válida quanto as demais; quem quer que lhe critique por ser uma festa gringa ou boba simplesmente está se amargando com um jeito de pensar mesquinho e quer que você se sinta igual. Ignore essa pessoa.

Este ano tive um plano muito simples e divertido para o Halloween que é uma longa maratona de filmes de terror: para cada dia de outubro pretendo assistir ao menos um filme de terror. Em sua maioria são clássicos que vou revisitar, mas também há alguns ai que nunca assisti antes.

Ainda estou pensando em trocar The Shining por sua continuação (Dr Sleep) e talvez eu deva encerrar o mês com algo melhor que House on Haunted Hill...

 

Percebam a organização deste belo calendário de filmes: nos domingos, filmes recentes, nas terças filmes que começam com "The", na terça verdadeiras obras de arte do cinema de horror, na quarta zumbis, na quinta slashers e na sexta filmes que realmente nos dão muito medo (eu e a Thais pelo menos). Aos sábados comédias de terror e animações. Tudo isso vai ser regado com uma receita de ponche especial para a data.

Eu e a Thais também pretendemos fazer um "Doces ou Travessuras" com a Aninha, a minha cunhadinha de 11 anos . Há um grupo de amigos aqui na minha cidade que se dedica a levar as crianças em casas específicas para fazer isso (já que a festa ainda não é tão popular assim) e desta vez não vamos receber as pessoas com doces, mas vamos sair para buscar e já sinto que vai ser muito divertido. Também pretendemos decorar a casa inteira este ano e isso vai ser ainda mais divertido.

Tudo no Halloween me agrada e é muito mágico pra mim. O horror é algo mágico pra mim e não (apenas) por ser macabro, mas por ter essa capacidade de acessar de uma forma muito certeira e às vezes rápida o âmago das pessoas. Passado o medo e o susto a gente consegue olhar para o que é verdadeiro ou não, para o que de fato é valioso e então abraçar aquilo e defender com toda a nossa força, mesmo que um cara de dois metros e meio usando uma máscara esteja atrás da gente com um facão ensanguentado. Livros e filmes de terror sempre estiveram entre meus favoritos e quando chega esta época eles tem até um sabor especial, diferente. Este é o período do ano em que mais assisto filmes (de terror, obviamente) e mesmo que exista medo também há uma certa liberdade e conforto envolvidos também, como se estivesse acessando uma parte profunda e genuína de mim....difícil de explicar.

Também estou pensando em montar uma grande lista de livros de horror que ainda não li. Isto certamente vai durar mais do que outubro mas pode muito bem ser uma lista de "Leia até o Halloween". Acho que pode funcionar.

Bem, mal posso esperar por outubro. Que as almas vaguem por todos os cantos, que os mortos levantem e puxem nossos pés e que os piores pesadelos visitem nossos sonos. Quem sabe assim a gente acorda pra vida!

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